A espuma desenvolvida em parceria no LNNano (Laboratório Nacional de Nanotecnologia), que pertence ao CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais) e em parceria com o MCTI (Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação) tem como principal capacidade sua estruturação da nano celulose e a aderência do látex. Rubia Gouveia, pesquisadora que atua no LLNano, explica como a combinação dos materiais funciona como antipoluente. “A nanocelulose sozinha não possui estabilidade em água, pois ela tem uma alta afinidade pela água e por isso se desfaz em água. Desta forma, o látex é essencial para manter a espuma estável e, além disso, ele introduz hidrofocidade para o material, ou seja, ele permite que a espuma capture poluentes hidrofóbicos, como óleos e solventes orgânicos”, descreve Rubia.
A pesquisadora trabalha com a temática de utilização de produtos obtidos de fontes renováveis desde 2016 e conta que a ideia de combinar o látex com a nanocelulose surgiu no início de 2017, a partir do desafio de manter a estrutura de nanocelulose estável e resiliente estruturalmente em água. “O látex possui essa consistência pegajosa, como se fosse uma “cola natural”. Logo, porque não utilizar essa “cola natural” para “colar” as estruturas de nanocelulose. A partir daí, fizemos os primeiros testes e deu certo, sendo muito promissor nessa aplicação de remediação ambiental”, expõe a pesquisadora.
Matéria da REFERÊNCIA CELULOSE & PAPEL, edição 53.