Os estudos com celulose não param e a cada dia seus usos para os mais diversos fins são descobertos ou aprimorados por pesquisadores de todo o mundo. A versatilidade da celulose pode surpreender até os maiores conhecedores do assunto. Os usos de cristais de nanocelulose estão avançando continuamente no setor de tecnologia eletrônica e, até mesmo, automobilístico. Isso mesmo, pesquisadores japoneses desenvolveram um carro esportivo chamado de Veículo de Nanocelulose , ou Nano Cellulose Vehicule (NCV, em inglês). E também do Japão, da Universidade de Osaka, vem as novidades sobre semicondutores feitos também através nanocelulose. Confira!
Carro sustentável
As soluções sustentáveis para veículos se tornaram o combustível para as grandes fabricantes, pois as pautas ecológicas estão cada vez mais fortes. Nesse sentido pesquisadores japoneses, com auxílio do governo de seu país, desenvolveram um carro feito através de nanocelulose. Segundo os pesquisadores, esse material deixa o carro mais leve e ainda o faz 5 vezes mais resistente que carros feito de aço, uma característica única dos cristais de nanocelulose.
Isso significa que o NCV requer menos energia para fornecer impulso adequado. Além dos benefícios óbvios em eficiência e desempenho geral, o uso de fibras de celulose recicladas reduz drasticamente as emissões de carbono no processo de fabricação. E quando o carro fica velho ou descontinuado, todos os painéis de madeira da carroceria podem ser reciclados para uso futuro.
É claro, o carro não é 100% de derivados de celulose, pois motor, rodas e pneus precisam de matérias tradicionais, mas o NCV apresenta um avanço importante para o pesquisadores do setor. Uma curiosidade é que os bancos do carro também são feitos de nano celulose e tem design que lembra um quimono, tradicional vestimenta japonesa. Mesmo com o visual agressivo, o supercarro não atinge velocidades altas, pelo contrário, sua velocidade máxima é de 20km/h.
Semicondutores de celulose
Os nanomateriais semicondutores com estruturas de rede 3D possuem áreas superficiais elevadas que os tornam excelentes para aplicações envolvendo adsorção, separação e detecção. Porém, o desafio está em controlar simultaneamente as propriedades elétricas e criar estruturas úteis em micro e macroescala. Tudo isso, enquanto em que alcança excelente funcionalidade e versatilidade de uso final, continua sendo um desafio. Agora, pesquisadores da Universidade de Osaka, em colaboração com a Universidade de Tóquio, Kyushu e Okayama, desenvolveram um semicondutor de papel de nanocelulose que fornece todas as características citadas anteriormente, oferecendo praticamente tudo que um semincondutor tradicional faz, mas com a vantagem de ser feito de celulose.
As nanocelulos podem ser transformadas em papel nanocelulósico flexível com dimensões semelhantes às do padrão A4. O nanopapel não conduz corrente elétrica; no entanto, o aquecimento pode introduzir propriedades condutoras. Os pesquisadores, portanto, desenvolveram um processo de tratamento que lhes permite aquecer o nanopapel sem danificar as estruturas do papel da nanoescala até a macroescala. Hitotaka Koga, pesquisador responsável pelo trabalho, explica que uma propriedade importante para o semicondutor de nanopapel é a sintonização, porque isso permite que os