O comércio eletrônico em 2022 apresenta boas perspectivas, possibilidades de crescimento, novas tecnologias e foco em sustentabilidade
O ano de 2022 promete dar continuidade a uma tendência que parece irreversível: o crescimento do comércio eletrônico no Brasil. Se em 2021, o setor evoluiu 19%, no atual ano pode avançar mais de 12%, segundo projeções da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico): de um total de vendas de R$ 150,8 bilhões no ano passado para R$ 169,5 bilhões no acumulado dos doze meses de 2022.
Segundo uma outra projeção ainda mais otimista, a da NielsenlQ Ebit / Goldman Sachs, o crescimento do e-commerce neste ano será de 27%, enquanto em 2023 chegará a 22% e em 2024, a 15%. O faturamento, que em 2018 era de R$ 77 bilhões, pode chegar a mais de R$ 311 bilhões em 2024, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 22,1% neste período.
A participação no total do varejo brasileiro também vai evoluindo. Em 2018, era de apenas 6,2%. Em 2022, estima-se que o comércio eletrônico chegue a uma participação de 14,3% do total do varejo nacional, e em 2024, a 18,0%, ainda de acordo com a expectativa da NielsenlQ Ebit / Goldman Sachs. Toda essa evolução e volume de crescimento demandarão forte necessidade de embalagens de papelão ondulado, de modo a ser extremamente positivo também para as empresas do setor.
É um crescimento constante, que mostra a força do comércio eletrônico, especialmente se comparado com o setor varejista como um todo. Em 2021, o varejo nacional cresceu 1,4% na comparação com os doze meses de 2020, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É um resultado bem próximo do que se viu em 2020 (alta de 1,2%) e em 2019 (mais 1,8%).
Se as expectativas para 2022 se confirmarem, o comércio eletrônico terá mostrado que sua força não depende exclusivamente da crise sanitária causada pela Covid-19, que assola o país desde março de 2020. Com o avanço contundente da vacinação em todo o país e quase nenhuma restrição econômica e de circulação em municípios e estados, a volta integral das atividades do comércio físico poderia abalar as expectativas do comércio eletrônico, mas não é exatamente o que se observa.
Em 2021 foram 79,8 milhões de consumidores no comércio eletrônico. A projeção é que esse número aumente em 2022, para 83,7 milhões, uma alta de 4,89%, elevando também o ticket médio de R$ 450 para R$ 460.
Além do que o E-commerce Brasil chamou de “fantasma do frete”, em referência aos gargalos de logística, há outros pontos que podem ser melhorados e incrementar ainda mais os ganhos e a participação do comércio eletrônico no bolo do varejo nacional. E esses pontos passam por novas tecnologias.
Investir em embalagens que ressaltem a preocupação do comerciante com o meio ambiente atrai o consumidor, que hoje está muito mais preocupado com a questão.
Pesquisa realizada em 2021 em 12 países, incluindo o Brasil, e encomendada pela Two Sides mostra que 57% dos consumidores preferem entregas em embalagens de papel e papelão ondulado. O número sobe para 70% entre os que preferem que as embalagens sejam em tamanho adequado, evitando o desperdício. Outro dado chama atenção: 42% considerariam trocar de varejo se soubessem que ele não está tentando reduzir o uso de embalagens plásticas não-recicláveis.
Há, como se vê, ainda bastante espaço para o comércio eletrônico avançar no coração do consumidor brasileiro. Ninguém se espantará se o setor continuar crescendo de forma sustentável pelos próximos anos. Reportagem da REFERÊNCIA CELULOSE & PAPEL, edição 55