A possível redução da oferta acontece durante um cenário em que a entrada em operação de novas capacidades pressiona os preços da matéria-prima
O incêndio florestal de grandes proporções que afeta as regiões chilenas de Ñuble e BíoBío, desde a última semana, pode ser um fator que sustente os preços da celulose. De acordo com a Arauco, que precisou evacuar sua fábrica por conta do incêndio, não é possível prever aumentos ou quedas no momento.
A possível redução da oferta, em razão dos impactos do incêndio na produção da empresa, acontece durante um cenário em que a entrada em operação de novas capacidades pressiona os preços da matéria-prima — e as ações dos produtores.
“A produção de celulose da Arauco não será afetada, porém, o comportamento dos preços depende de muitos fatores”, declarou a companhia. A empresa também informou que o incêndio chegou ao pátio de madeira, mas não havia atingido a área industrial da unidade.
“Nossa prioridade imediata na região é proteger colaboradores, vizinhos, casas e o meio ambiente”, afirmou a Arauco.
No entanto, segundo apurou o Valor Econômico, a produção de celulose foi paralisada e o incêndio teria alcançado as operações industriais e o digestor – equipamento essencial para o processo produtivo de celulose. A unidade, localizada em Ñuble, tem capacidade para produzir 1 milhão de toneladas por ano.
Nesse contexto, a companhia disponibilizou recursos financeiros, equipamentos e brigadistas para conter o avanço do incêndio, que começou durante uma onda de calor extremo no país. A chilena CMPC também colaborou com recursos para enfrentar a situação que já colocou o país em estado de catástrofe.
Estima-se que mais de 60 hectares já foram afetados pelo incêndio, impactando a população com dezenas de mortos, centenas de feridos e desabrigados, além de pessoas desaparecidas.
“Esperamos poder controlar estas emergências o mais rápido possível, e reiteramos o apelo a toda a comunidade para prevenir comportamentos de risco e alertar caso detectem uma fonte de incêndio”, disse a Arauco, em nota.
A estratégia da empresa na prevenção e combate para a época de incêndios 2022/2023 contempla um investimento de US$ 57 milhões, “com recursos significativos para prevenir, combater e conter focos”.
Fonte: Portal Celulose