Os usos da celulose se expandem a cada dia. No campo da medicina, a celulose tem conquistado espaço maior continuamente, e seus usos podem ser considerados surpreendentes. Por ser um material abundante e renovável, os estudos clínicos do seu uso tem sido aprofundados e as descobertas podem fazer parte do nosso dia a dia em breve. Cientistas da Pensilvânia(EUA), desenvolveram um nanomateriais capazes de capturar medicamentos utilizados em quimioterapia antes que eles entrem em contato com células saudáveis. Já pesquisadores de Massachussets conseguiram organizar partículas de nano celulose fazendo com que o material se tornasse duro com um osso e tão resistente quanto alumínio.
Proteção para o corpo
As quimioterapias padrão podem matar células cancerígenas com eficiência, representam riscos significativos para as células saudáveis, resultando em doenças secundárias e diminuição da qualidade de vida dos pacientes. Para evitar os danos anteriormente inevitáveis, pesquisadores, liderados pela equipe de Penn State University, desenvolveram uma nova classe de nanomateriais projetados para capturar drogas quimioterápicas antes que elas interajam com tecidos saudáveis.
Amir Sheikhi, professor assistente de engenharia química e engenharia biomédica da Penn State, explica que os sistemas disponíveis são ineficazes e era necessário apresentar um novo modelo para esse procedimento. “Para reduzir os efeitos fora do alvo dos medicamentos contra o câncer durante e após a quimioterapia localizada, é necessário eliminar sua circulação sistêmica”, afirma Amir.
O método é baseado em nanocristais de celulose peluda – nanopartículas desenvolvidas a partir do principal componente das paredes celulares das plantas e projetadas para ter um número imenso de “cabelos” de cadeia de polímeros que se estendem de cada extremidade. Esses cabelos aumentam a capacidade potencial de captura de drogas dos nanocristais significativamente além das nanopartículas convencionais e resinas de troca iônica.
Duro como metal
As partes mais resistentes de uma árvore não estão em seu tronco ou em suas raízes, mas nas paredes de suas células microscópicas. A parede celular de madeira é construída a partir de fibras de celulose, o polímero mais abundante da natureza. Dentro de cada fibra estão NCCs (Nano Cristais de Celulose) de reforço, que são cadeias de polímeros orgânicos dispostos em padrões de cristal quase perfeitos. Em nanoescala, os NCCs são mais fortes e rígidos que o Kevlar. Se os cristais pudessem ser transformados em materiais em frações significativas, os NCCs poderiam ser um caminho para plásticos mais fortes, mais sustentáveis e de origem natural.
Agora, uma equipe do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) em inglês) projetou um composto feito principalmente de nanocristais de celulose misturados com um pouco de polímero sintético. Os cristais orgânicos ocupam cerca de 60 a 90 por cento do material, maior presença de um componente orgânico para este tipo de projeto.
Os pesquisadores descobriram que o compósito à base de celulose é mais forte e mais resistente do que alguns tipos de osso e mais duro do que as ligas de alumínio típicas. A equipe encontrou uma receita para o composto baseado em NCC que eles poderiam fabricar usando impressão 3D e fundição convencional. Eles imprimiram e moldaram o composto em pedaços de filme do tamanho de uma moeda que usaram para testar a resistência e a dureza do material. Eles também usinaram o compósito na forma de um dente para mostrar que o material pode um dia ser usado para fazer implantes dentários à base de celulose.
Fonte: Revista Referência Celulose e Papel