A celulose é uma das chaves para um futuro ecossustentável. Material abundante e com grandes investimentos em pesquisa a matéria-prima tem apresentado soluções para situações em vários campos do cotidiano, das situações mais simples à aquelas que podem trazer efeitos para as gerações futuras.
Águas limpas
Derramamentos de petróleo e poluição industrial representam uma enorme ameaça ao meio ambiente ecológico. As preocupações com a segurança aumentaram o foco na melhoria da filtragem de águas residuais oleosas; por exemplo, durante o tratamento de esgoto. A tecnologia de separação por membrana oferece uma opção promissora e eficiente para o tratamento desse efluente, principalmente com seu baixo consumo de energia. No entanto, continua a ser um desafio encontrar membranas compostas de baixo custo, fortes e ecológicas que possam atingir um alto nível de separação.
Um grupo de pesquisadores do Instituto Shanxi de Química do Carvão, que faz parte da ACC ( Academia Chinesa de Ciências) desenvolveu um método novo e aprimorado usando dois materiais de celulose diferentes. Seu processo permite obter materiais de membrana para separação óleo-água que são toda celulose (all cellulose , em inglês) , celulose com duas ou mais formas cristalinas diferentes.
Por ser um material feito 100% a base de celulose, é biodegradável e ecossutentável. De acordo com o Prof. Tiansheng Deng, autor do artigo os materiais de membrana de separação óleo-água que têm sido amplamente utilizados nos últimos anos incluem PVDF (fluoreto de vinilideno), PP (polipropileno), PAN (poliacrilonitrila), nylon ou seus compostos, esses polímeros não são biodegradáveis e pressionam ainda mais o meio ambiente.
Para resolver esse problema, o Prof. Deng e seu grupo escolheram celulose degradável derivada de plantas como matéria-prima e depois a uniram com papel filtro de celulose comercial, que é de baixo preço e poroso. Eles descobriram que um grande número de nanoporos aparece no papel de filtro de celulose modificado, o que melhora a barreira da membrana contra gotículas de óleo. Quando sua membrana de separação entra em contato com a água, forma-se um hidrogel de celulose que separa efetivamente a mistura óleo-água e a emulsão óleo em água.
Fonte: Revista Celulose e Papel